![]() |
de Carlos Ruiz Zafón,
editora Suma de Letras.

Max, um garoto de 13 anos, se muda com a família para um vilarejo no litoral, por decisão de seu pai, relojoeiro e inventor. Atrás da nova casa, Max descobre que há um jardim de estátuas que guarda a resposta para um segredo macabro e assustador.
Em seu primeiro passeio pela cidade, Max conhece Roland, um nativo que o apresenta a um velho barco de passageiros, vítima de naufrágio. Enquanto os dois amigos mergulham no oceano para explorar a embarcação, Alicia, irmã mais velha de Max, tem sonhos estranhos que perturbam seu sossego e Irina, irmã mais nova dos dois irmãos, ouve vozes que sussurram para ela de dentro de um antigo armário.
Esse foi um livro que me surpreendeu bastante, tanto pelo fato de ter uma narrativa tão acessível, quanto pelo fato de que eu não posso determinar um público que gostaria dele. Em um espaço para o autor, antes de começar o livro em si, ele fala que escreveu um livro que gostaria de ter lido aos 13, 14 anos, mas que continuasse a lhe interessar aos 23, 43 ou 83. E é exatamente assim que você se sente ao lê-lo.
A tempestade desabou sobre a cidade como um espetáculo sinistro de teatro mambembe. Em poucos minutos, o céu se transformou numa cúpula cor de chumbo e o mar ganhou um tom metálico e opaco, como uma imensa poça de mercúrio.
Eu nem chegava a cogitar a hipótese de que era um livro de terror. Suspense, talvez. Mas algumas cenas me provocaram arrepios com apenas uma frase. Não consegui largar sequer um instante, já que possui uma escrita tão perfeita e envolvente.
Um sorriso de luz se acendeu nas trevas e dois olhos brilhantes como ouro incandescente pousaram sobre os seus enquanto aquelas vozes, em uníssono, pronunciavam seu nome.
Com um leve toque de romance, esse é o primeiro livro do Zafón que leio, e agora, com o lançamento do segundo volume dessa série –– com outro enredo e outros personagens, apenas para deixar claro –– eu estou absolutamente ansioso para lê-lo.