
Após o "fiasco" da primeira adaptação, todos os trailers e cenas divulgadas conseguiram elevar a expectativa dos fãs da série a um novo patamar de ansiedade. E, depois de aguardar dois anos, confesso que esperei demais do que tinha tudo para ser uma memorável sequência. O que não faz, é claro, que a produção perca seus créditos comigo.
Dirigido, desta vez, por Thor Freudenthal, Percy Jackson e o Mar de Monstros foi infeliz quando se tratou de críticas especializadas, não superando seu antecessor.
Os deuses às vezes descem à Terra e têm filhos com humanos. Esses filhos chamam-se semideuses e correm grande perigo, considerando que, quando fora do Acampamento Meio-Sangue, são perseguidos a todo momento por monstros mitológicos.
O Acampamento é o lugar mais seguro para essa união entre divindades e mortais. Tal segurança se dá por conta de uma batalha perdida anos antes. Thalia Grace, filha do deus dos deuses, Zeus, ao dar a vida por seus amigos, desperta a piedade de seu pai, que a transforma em um pinheiro. Seu espírito reforçou as fronteiras mágicas do acampamento, protegendo-o de monstros.
Os semideuses, agora, correm sérios riscos de ataques, dito que a árvore de Thalia foi envenenada por um inimigo desconhecido e, para devolvê-la à vida, alguns semideuses terão que velejar pelo Mar de Monstros, mais conhecido por vocês, mortais, como Triângulo das Bermudas, em busca do Velocino de Ouro.

Diferente de seu antecessor, o filme começa narrando a estória que os levara a chegar até o presente momento. Três meio-sangues e um sátiro chegando ao acampamento alguns anos antes, mostrando esporadicamente partes da luta de Thalia com os monstros que a mataram no topo da Colina Meio-Sangue. E vemos, então, a transformação da Thalia, enquanto criança, para uma grande árvore.
O início do filme, por mais que não tenha usado o livro como um roteiro, conseguiu ser bem fiel. Desde lutas à atividades no acampamento. E não, eu não sou azedo como muitos outros críticos não-especializados foram, e não fiquei revoltado por minúsculos detalhes que não foram respeitados.
Muitos ficaram indignados com a forma com a qual o filme procedeu de seu antecessor, mas não teria como o atual diretor fazer muito diferente. Não seria uma continuação se eles não exercessem o mínimo de coerência entre os dois volumes. Portanto, não, o Percy não sonha com o Grover em perigo na Flórida, porque no fim do filme anterior, antagonicamente ao livro, eles estavam juntos. Mas sim, o Grover ainda é raptado, para alegria de muitos –– inclusive para a minha, que durou todo o filme.
A meu ver, um crítico cinematográfico deve expressar o seu ponto de vista, não importando o nível de seu amadorismo, fazendo com que seus leitores esperem algo ao irem assistir ao filme. Uma crítica cinematográfica não deve desencorajar os telespectadores, de modo que todo o investimento do filme não seja, no mínimo, compensado, ou, no pior dos casos, fazendo com que o filme não tenha a sequencia tão esperada por muitos fãs.
Por mais que não tenha chegado tão perto de estar exatamente igual ao livro, o filme foi, ao menos por mim, aplaudido de pé. A adaptação conseguiu passar exatamente o clima bem-humorado dos livros do Rick Riordan. Os efeitos especiais, diferente do que foi dito pelo consagrado R7, foram louváveis. E Percy Jackson e o Mar de Monstros não foi uma tentativa falha de copiar o sucesso da saga Harry Potter. Sou fã de ambos os autores, mas sinto informar para alguns que o mundo não gira em torno dos aclamados filmes do bruxo, e que nem todos desejam pegar carona em tal sucesso, mesmo que almejem o mesmo.
Vi algo parecido na internet e assino embaixo: se você quer ver o livro, fique em casa, leia-o novamente e imagine como quiser, porque nunca será fiel o bastante.
É um filme excelente para todos que adoram fantasia. E uma teoria rápida: muitos dos fãs do livro que não gostaram de sua adaptação, só querem mostrar para todo mundo o quanto são fãs do que o Rick Riordan faz, e têm vergonha de gostar de um filme tão criticado. Lembrando: muitos deles. Não todos. E muitos deles não tem opinião própria.
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